- Mãe, tô indo pro Odeon. O 249 passa lá, né?
- O 247 é mais rápido. Pega esse.
- O 247 é mais rápido. Pega esse.
Adoro ônibus mais rápido. Minha mãe é o auge com essas dicas. Fui pro ponto de ônibus e já avistei ele chegando. Tudo dando certo. Entrei todo feliz. Depois de um tempo, tô eu lá no busão ouvindo Paramore (sempre presente em bons momentos!) e noto um desvio no caminho rumo à Zona Sul. Estranho. Será que ele vai dar a volta? Não, não vai, né? Minha mãe disse que isso aqui era mais rápido. Eu tô no ônibus errado, né? Minha mãe é uó! Odeio burrice. Ligo pra ela na hora. Preciso descontar em alguém.
- Ô sua poia! Tô aqui no 247 e ele tá me levando pra Botafogo!
- O quê?!
- Tô num túnel indo pra Botafogo!
- Eu pego 247 sempre pra ir ao médico. Certeza que passa no Odeon!
- Não, não passa, mãe! Que inferno!
- Mas..
- QUE INFERNO!
- O quê?!
- Tô num túnel indo pra Botafogo!
- Eu pego 247 sempre pra ir ao médico. Certeza que passa no Odeon!
- Não, não passa, mãe! Que inferno!
- Mas..
- QUE INFERNO!
E desliguei a ligação, puto da vida. Minha mãe sempre me botando em furada. Saltei no primeiro ponto que vi. Estava ali no clube do Fluminense, em Laranjeiras. Nada a ver com o Odeon. Aliás, bem longe. Minha mãe ligou de novo.
Que vergonha. Então, quer dizer que a culpa era toda minha? O poio era eu? Atravassei a rua tentando manter a calma. Afinal, era só eu pegar um ônibus no sentido oposto e eu logo estaria lá. Ainda tinha tempo. Atravessei. Pablo me ligou.
Andei, andei, andei. E tudo que eu não achava era um ponto de ônibus. Já começava a me desesperar. Tiraram os pontos de ônibus de Laranjeiras! Como faz? Andei mais. Avistei o ponto. Corri pra lá todo feliz. Agora tava tudo resolvido. Perguntei que ônibus eu pegava pro Centro.
E a mulher me apontou o caminho. Andei, andei, andei. Muito. Comecei a subir um viaduto. Tenso. A paisagem começava a enfeiar. Fiquei com medo de estar subindo uma favela. Aqui no Rio é assim: se a gente não tomar cuidado, tá no morro. Andei horrores, gente. Vocês não tem noção. Quando finalmente cheguei do outro lado do viaduto, continuava sem ver sombra de metrô. Veio um velhinho. Abordei.
E eu fui, né. Afinal, o que aquele velhinho poderia fazer comigo? Nada. O que é um peido pra quem tá cagado? E ele foi um amor. Desconfio que ele era Deus me guiando, sabe? Podem rir. Me deixou na porta do metrô e desapareceu em seguida. Certeza que era Deus.
E, mew, passei isso tudo pra quê? Pra chegar na pré-estréia de um filme sobre Waldick Soriano, dirigido por Patrícia Pilar. Uma bosta o filme.
- Não adianta ficar me ligando toda hora, mãe!
- Você pegou 457, seu burro! Eu falei 247!
- Eerr... tá! beijo!
- Você pegou 457, seu burro! Eu falei 247!
- Eerr... tá! beijo!
Que vergonha. Então, quer dizer que a culpa era toda minha? O poio era eu? Atravassei a rua tentando manter a calma. Afinal, era só eu pegar um ônibus no sentido oposto e eu logo estaria lá. Ainda tinha tempo. Atravessei. Pablo me ligou.
- Onde você tá?
- Perdido no Rio de Janeiro. Mas já vou chegar... assim que encontrar um ponto de ônibus.
- Perdido no Rio de Janeiro. Mas já vou chegar... assim que encontrar um ponto de ônibus.
Andei, andei, andei. E tudo que eu não achava era um ponto de ônibus. Já começava a me desesperar. Tiraram os pontos de ônibus de Laranjeiras! Como faz? Andei mais. Avistei o ponto. Corri pra lá todo feliz. Agora tava tudo resolvido. Perguntei que ônibus eu pegava pro Centro.
- Que parte do Centro?
- Cinelândia.
- Ih, não tem ônibus pra lá não. Só metrô.
- E onde é o metrô?
- Longe.
- Cinelândia.
- Ih, não tem ônibus pra lá não. Só metrô.
- E onde é o metrô?
- Longe.
E a mulher me apontou o caminho. Andei, andei, andei. Muito. Comecei a subir um viaduto. Tenso. A paisagem começava a enfeiar. Fiquei com medo de estar subindo uma favela. Aqui no Rio é assim: se a gente não tomar cuidado, tá no morro. Andei horrores, gente. Vocês não tem noção. Quando finalmente cheguei do outro lado do viaduto, continuava sem ver sombra de metrô. Veio um velhinho. Abordei.
- Como faço pra chegar o metrô?
- É no sentido contrário que você tá fazendo.
- Não acredito. Sério?
- Sim. De onde você tá vindo?
- Do Fluminense.
- Mas o Fluminense é logo aqui. *aponta pro lado que ele tava vindo*
- Não acredito! Me fizeram dar uma volta!
- Uma volta muito grande mesmo!
- Só acontece comigo isso, moço! (leia-se: "SOCORRO, ME AJUDA!")
- Eu te levo no metrô.
- É no sentido contrário que você tá fazendo.
- Não acredito. Sério?
- Sim. De onde você tá vindo?
- Do Fluminense.
- Mas o Fluminense é logo aqui. *aponta pro lado que ele tava vindo*
- Não acredito! Me fizeram dar uma volta!
- Uma volta muito grande mesmo!
- Só acontece comigo isso, moço! (leia-se: "SOCORRO, ME AJUDA!")
- Eu te levo no metrô.
E eu fui, né. Afinal, o que aquele velhinho poderia fazer comigo? Nada. O que é um peido pra quem tá cagado? E ele foi um amor. Desconfio que ele era Deus me guiando, sabe? Podem rir. Me deixou na porta do metrô e desapareceu em seguida. Certeza que era Deus.
E, mew, passei isso tudo pra quê? Pra chegar na pré-estréia de um filme sobre Waldick Soriano, dirigido por Patrícia Pilar. Uma bosta o filme.
3 comentários:
HAHAHAHAHAHA Só você, Léo. E já acho que era Deus te guiando também!
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Meu DEEEUS, como assim você se perdeu no Rio de Janeiro, e pra ir pro ODEON?! HSAUHSAUSA, só você!
Fantástico, Léu x) /rihorrores
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